Postado 12 de agosto de 2021
O vinho do Porto tem um sabor único e quem o prova consegue identificar as suas especificidades. Essas diferenças é o que classificamos como vinhos licorosos, uma classe que abrange diferentes vinhos complexos, com uma fermentação distinta, originando uma bebida com mais açúcar e uma graduação alcoólica mais alta.
Você já pode ter ouvido falar em vinhos de sobremesa, esse é um nome popular para os vinhos licorosos, já que se tornou habitual muitas vezes o seu consumo após uma refeição. Esse nome não é oficial, já que o vinho do porto, por exemplo, pode ser bebido no momento de sua preferência. De todo modo, esse é um nome interessante para você buscar na memória referências desse tipo de vinho.
Os vinhos licorosos são obtidos a partir da fermentação das uvas, podem ser elas tintas, brancas ou rosadas; esse processo é o que diferencia essa bebida de um licor de frutas, que é preparado sem a necessidade de fermentação.
Nesse processo de fermentação, podem ser acrescentados itens como o álcool etílico potável de origem agrícola, caramelo ou caramelo de uva, açúcar, mosto concentrado ou mistela simples. Esses adicionais mais o processo de fermentação em si geram um vinho com teores mais elevados de açúcares e de álcool, por isso mesmo é comum que os vinhos licorosos possuam um teor alcoólico que varia entre 14% e 18% em volume.
Esses pormenores do processo de fabricação de um vinho licoroso podem variar conforme a legislação de cada país, o importante é entender que esse é um vinho que tem adicionais de ingredientes que geram seu sabor único e marcante.
Há diferentes tipos de vinhos licorosos no mundo e inclusive alguns já fabricados no Brasil, porém aqui vamos apresentar os três tipos mais clássicos:
O vinho do Porto pode ser branco, tinto ou até mesmo rosé, o importante é que ele é originalmente elaborado na região do Alto Douro, em Portugal e engarrafado na cidade de Vila Nova de Gaia, na região metropolitana do Porto, por isso o seu nome.
O vinho licoroso Jerez é produzido na Espanha nos arredores da cidade de Jerez de la Frontera, no sul do país. Exclusivamente branco, esse vinho possui regras bem específicas de produção, o que garante o seu sabor único.
De origem nobre, o Sauternes é um vinho branco elaborado no sul da região de Bourdeaux, na França. O que diferencia esse vinho é a utilização de uvas atacadas pelo fungo Botrytis cinerea, no processo conhecido como “podridão nobre”, que desidrata as uvas e mantém alto teor de açúcar.
O vinho do Porto é dos nossos laços gastronômicos mais fortes com Portugal, junto do bacalhau, do pastel de Belém e do uso irrestrito de azeite de oliva. Esse vinho está presente nas cristaleiras dos avós, no bar dos pais e é comum de ser apreciado em momentos de reuniões entre amigos e familiares.
Como já falamos no início dessa matéria, se criou um mito de que o vinho do Porto é apenas um vinho de sobremesa, mas ele pode ser apreciado nos seus momentos preferidos. Antes de uma refeição, como entrada, em um momento informal de conversa e, claro, como acompanhamento da sobremesa pós-refeição.
O vinho do Porto é complexo e marcante, por isso ele precisa ser servido em uma taça que deixe seus aromas se espalharem. Por isso mesmo, recomendamos uma taça pequena – tipo um cálice – ou média.
Assim desmistificamos outra coisa clássica: o vinho do Porto não precisa ser bebido naquelas taças ou copos super pequenininhos como aqueles antigos que víamos nas cristaleiras de nossos avós. Uma taça comum que você tem em casa já é perfeita para apreciar esse e outros vinhos licorosos.
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